Larry
Blumenfeld esteve lá, tomando notas soltas e batendo salvas de palmas, alegadamente
bebendo um copo entre aquela bestial amálgama de turistas, músicos, jornalistas,
almas perdidas, amantes de jazz e amantes tout
court, e, depois, para o “The Wall Street Journal”, escreveu assim: “No
[Village] Vanguard, na semana passada, Hersch sentou-se ao piano sob o olhar
atento dos emoldurados retratos de Bill Evans e Tommy Flanagan, [pianistas] cujo
legado prolonga; e de outro de si próprio, há anos pendurado nas mesmíssimas paredes.
Parecia tocar em casa, rodeado de fotografias de familiares. E, de certa forma,
era exatamente isso que se passava.” É uma impressão que Hersch confirma. Nas
notas de apresentação do seu primeiro disco aí gravado (na ocasião, em maio de
2002, acompanhado por Drew Gress e Nasheet Waits, ao invés de, como agora e
como em “Alive at the Vanguard”, por John Hébert e Eric McPherson), afirmava o
seguinte: “O Village Vanguard é muito simplesmente o melhor clube de jazz do
mundo. A acústica da sala e os fantasmas de todos aqueles nomes lendários que
pela sua cave passaram combinam-se para o transformar num espaço ideal para
tocar e ouvir música em trio.” Quando, na edição deste mês da “JazzTimes”, em
conversa, Aidan Levy lhe pede para “definir o som do Vanguard”, ainda que
obliquamente, Hersch sugere que é como tocar na sala de estar do seu
apartamento.
