11 de outubro de 2014

Komitas; Gurdjieff; Mompou (ECM, 2014) & Mansurian: Quasi Parlando (ECM, 2014)




Anja Lechner (vlc), François Couturier (p)
  Patricia Kopatchinskaja (vl), Anja Lechner (vlc), Amsterdam Sinfonietta


Arranca amanhã na Gulbenkian, em Lisboa, uma “Semana da Cultura Arménia” em que cabem conferências, exposições e alocuções várias forçosamente subordinadas aos temas da diáspora, do exílio e de tudo aquilo que as ciências sociais têm vindo a identificar como constituinte de identidades em fluxo. É, também, uma oportunidade para a instituição se sentar no divã e ver analisada a herança cultural do seu emérito fundador. Destaquem-se, ainda, os concertos de terça (música de câmara de Babajanian, Mansurian e Komitas) e de amanhã a oito (outra embaixada do bem liderada por Jordi Savall, desta feita consagrada ao repertório de “Espírito da Arménia”) e, de modo complementar e coincidente, a presença nas lojas deste par de CD. Lechner e Couturier, entre indistintos originais do pianista, incluem uma peça de Komita e três de Gurdjieff em que se pressente o apelo da eternidade num recital que apodaram de “Moderato cantabile” e que tornaram provincianamente extensível a um catalão. Já em “Quasi parlando”, em que surge enquanto dedicatário, a violoncelista reincide em monódicas obras orquestrais de Mansurian e, com Kopatchinskaja a seu lado, guia o ouvinte pelos escombros de uma civilização perdida em que o supérfluo foi anátema.

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