Falta-lhe
consistência, direção e consciência dos seus próprios expoentes. E tanto
desperta riso quanto compaixão. Pois, embora despreze os elementos necessários
à solução dos problemas que levanta, a verdade é que nele se pressente o
esfumar dos sonhos de uma talentosa inglesa de vinte e poucos anos que, sem o
saber, não ganharia nova oportunidade para os concretizar. E, no entanto, 35
anos após a sua gravação, mesmo tendo este disco permanecido inédito, encontra-se
no seu figurino matéria capaz de revelar importantes factos sobre a mais famosa
arca perdida da história da música: os estúdios Black Ark de Lee Perry.
Nomeadamente, que através desta emissária britânica – e com Ernest Ranglin,
Boris Gardiner e os Third World em estado de graça – experimentou o arauto
jamaicano a sua própria versão do lovers
rock. Ou, confirmando o que a descoberta há seis anos de outro álbum
perdido sugeria (nas sessões de dois zairenses publicadas enquanto “Lee Perry
presents African Roots”), que, em 77, se transferiria para outros projectos a
presença de espírito revelada em “Heart of the Congos” (dos mesmos que agora
regressaram numa colaboração com Sun Araw e M. Geddes Gengras). Aliás, terá
faltado apenas mais tempo e discernimento, e um empenho maior na composição
(são da autoria de McKenzie ou Perry os temas que aqui se acercam de contornos
clássicos e versões do eixo country-soul os dispensáveis), para que, também neste
caso, o produtor atingisse o grau de invenção patenteado em trabalhos com Max
Romeo, Junior Murvin ou Heptones. Mas, à semelhança da estreia dos Congos, este
ensaio de McKenzie foi recusado pela Island e à cantora não garantiu mais do
que uma posição de segunda linha, fazendo trabalhos de estúdio em Londres no
auge das febres acid house e acid jazz e harmonias para Gary Moore, Serge
Gainsbourg ou Elton John. Faleceu em 2003.
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