Dizia assim Russ Dewbury, seu
organizador, quando, em 1999, a Strut lançou a compilação “Club Africa”: “De
Masters at Work e Joe Claussell a Frédéric Galliano e Faze Action, o som ‘afro’
ganhou preponderância nas pistas de dança de todo o mundo, embora ninguém consiga
pôr a mão nos discos mais influentes. Não que o vinil seja raro… ele simplesmente
não existe”. A fazer jus a estas declarações, só agora se cumprem os requisitos
para que saiba quem foram os Nkengas, então incluídos na pioneira antologia. E
conclui-se que se tratava de uma primitiva encarnação dos muito mais famosos
Ikenga Super Stars of Africa, constituída de forma acrimoniosa, em 1973, por dissidentes
da banda de Chief Stephen Osita Osadebe. E que, precisando absolutamente de se
distanciar do seu empregador, recompôs o highlife
num plano de exotismo pan-africano, ritualista, nostálgico e de essência fantasiosa.
Também o obscuro “Funky Pack”, da elusiva C.S. Crew, tem neste momento primeira
reedição. E, à semelhança dos próprios Nkengas e demais estetas reunidos em
“Lagos Disco Inferno” ou “Brand New Wayo”, demonstra algo insofismável: que, ao
contrário da instintiva perceção que acerca disto se mantém, e não obstante a
tutela do afrobeat popularizado por Fela
Kuti, foi através de uma sintética versão do funk na dependência direta de modelos norte-americanos que, em
meados dos anos 70, melhor se traduziu em música uma singular mundividência
nigeriana.
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