Virá com o território de qualquer “diva global”. E na semana em que a cantora cumpriu o seu 41º aniversário não arriscará muito quem sugerir ter chegado a hora do franchise. Será por isso um sinal dos tempos que “Seya” reincida na “abertura estética” de “Worotan” (1996) e que tenha ponto de partida formal no menos inspirador do passado recente – a aproximação a Sade em ‘Magnoumako’ ou a Angelique Kidjo em ‘Yala’, dois dos inéditos em 2003 incluídos na retrospectiva “Oumou”. O que, em termos criativos, só fará aumentar a nostalgia pelo mundo novo anunciado em “Moussolou” (1989) e “Ko Sira” (1993). E se os recursos estilísticos deste álbum (elenco: Cheick Tidiane Seck, Djelimady Tounkara, Fred Wesley, Pee Wee Ellis, Tony Allen, Will Calhoun ou Tony Remy) correspondem à Bamako em que Sangare gere associações de solidariedade, um hotel, uma quinta e a marca Oum Sang (os todo-o-terreno importados da China), é também verdade que o seu conteúdo político, numa voz que de forma ímpar cantou a condição feminina no Mali, surge hoje com a mesma lógica de uma linha de montagem. Em ‘Fragmento do diário de Oumou Sangaré’ Miguel-Manso antecipou esta futriqueira pop wassoulou – a poesia continua a fazer a melhor crítica musical. O resto é com a Oprah.
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