Chamam-lhe o ‘ano que nunca acabou’ – talvez porque não se possa matar de vez a esperança. Pois com a chegada da Primavera, de Praga a Lisboa, renovou-se então a fé no Homem sem garantias sobre a justiça do gesto. E, da Cidade do México a My Lai, e de Martin Luther King Jr. a Robert Kennedy, só o sangue fez a crónica definitiva desse tempo. Por isso – como relembrou há pouco “Hear, O Israel” – muito dirá da força da utopia que artefactos de 68 regressem ainda capazes de animar espíritos a uma realidade em que não se impôs a ‘nova era’. Não terá sido outra a razão que levou Al, Stella Levitt e os seus sete filhos a cantar mensagens de paz para o futuro. E unindo – antes de Steve Kuhn e Karin Krog – o que raramente se juntou: jazz e sunshine pop. Situando-se – graças à presença de Pete Yellin, Ronnie Cuber e Chick Corea – entre as “directions in music” apontadas por Miles Davis em “Filles de Kilimanjaro” e Roger Nichols, Free Design ou Sérgio Mendes (há uma versão, em português, de Jobim). Uma pérola.
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