Este primeiro volume da retrospectiva de Franco na Sterns parte da sua entrada em estúdio em 1953, com 15 anos, vindo do gueto, e avança até 1980. Começando na sombra do que faziam Dr. Nico, Tabu Rochereau ou Manu Dibango na African Jazz de ‘Grand Kalle’, passando pela recondução da rumba congolesa à sua raiz africana e terminando nas libertárias sessões no restaurante-discoteca-estúdio Un Deux Trois, em que mais de 20 músicos se organizaram na Tout Pouissant OK Jazz, o que se ouve um impacto avassalador na música africana (francófona, lusófona e anglófona) dessas três décadas. Ninguém personificou melhor que François Luambo Makiadi o que significou a libertação do jugo colonial, mantendo-se ainda assim permeável ao mundo e sugerindo uma inexorável visão de autor. Tudo com uma ambígua relação com o regime e uma consciência desenvolvida entre os impulsos mais materialistas e a mais básica procura de afecto. Um processo histórico em pleno andamento finalmente organizado de forma inteligente. Venha o segundo volume.
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