Foi através de um par de livros publicados na última década – “The Dark
Tree: Jazz and the Community Arts in Los Angeles”, de Steven L. Isoardi, e “Improvisation,
Identity and Tradition: Experimental Music Communities in Los Angeles”, de
Charles Michael Sharp – que melhor se ficou a conhecer a ação de todos aqueles que
cerraram fileiras nas Underground Musicians Association, Pan Afrikan Peoples
Arkestra ou Union of God’s Musicians and Artists Ascension. E,
especialmente no caso da monografia de Sharp, por seu intermédio muito se
revelou acerca das contribuições específicas de Carter e Bradford para a vanguarda
criativa da cidade logo após os Tumultos de Watts. Este “Self Determination
Music”, lançado em 1970 pela Flying Dutchman, é uma peça crucial nessa história
e permite que se compreendam mais claramente as relações então estabelecidas
entre cultura e ideologia ou identidade e comunidade sob o prisma daquilo que
de mais integrativo e fundacional, no jazz, subsiste no ato da improvisação. Com
o saxofonista e o trompetista estavam Bruz Freeman à bateria e dois
contrabaixistas, Tom Williamson e Henry “The Skipper” Franklin, e dir-se-ia que
tanto propunham um manifesto de liberdade individual quanto um exaustivo
inquérito às peculiares formas de o comunicar em grupo. Por isso, os enunciados
dos seus temas são ágeis como um capricho enquanto as suas exposições se movem
tão rapidamente quão possível é forjar à pressa uma ética coletiva. O modelo, como
é óbvio, era o de Ornette Coleman, em que se tentava excluir a competitividade
da ecologia artística e ainda assim sobreviver.
Sem comentários:
Enviar um comentário