11 de abril de 2015

John Carter/Bobby Bradford "Self Determination Music" (Flying Dutchman/BGP, 2015)



Foi através de um par de livros publicados na última década – “The Dark Tree: Jazz and the Community Arts in Los Angeles”, de Steven L. Isoardi, e “Improvisation, Identity and Tradition: Experimental Music Communities in Los Angeles”, de Charles Michael Sharp – que melhor se ficou a conhecer a ação de todos aqueles que cerraram fileiras nas Underground Musicians Association, Pan Afrikan Peoples Arkestra ou Union of God’s Musicians and Artists Ascension. E, especialmente no caso da monografia de Sharp, por seu intermédio muito se revelou acerca das contribuições específicas de Carter e Bradford para a vanguarda criativa da cidade logo após os Tumultos de Watts. Este “Self Determination Music”, lançado em 1970 pela Flying Dutchman, é uma peça crucial nessa história e permite que se compreendam mais claramente as relações então estabelecidas entre cultura e ideologia ou identidade e comunidade sob o prisma daquilo que de mais integrativo e fundacional, no jazz, subsiste no ato da improvisação. Com o saxofonista e o trompetista estavam Bruz Freeman à bateria e dois contrabaixistas, Tom Williamson e Henry “The Skipper” Franklin, e dir-se-ia que tanto propunham um manifesto de liberdade individual quanto um exaustivo inquérito às peculiares formas de o comunicar em grupo. Por isso, os enunciados dos seus temas são ágeis como um capricho enquanto as suas exposições se movem tão rapidamente quão possível é forjar à pressa uma ética coletiva. O modelo, como é óbvio, era o de Ornette Coleman, em que se tentava excluir a competitividade da ecologia artística e ainda assim sobreviver.

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