Oh là là, que temos um arranque de ano fantastique, com as grandes editoras – começando pela Warner, já
com um “The Complete Works” no prelo – a rentabilizar ativos em torno do nem
sempre acarinhado Hector Berlioz, de
que se assinala o sesquicentenário da morte. Em termos de efemérides, aliás, 2019
servirá de pretexto para revisitar a obra de outro par de subvalorizadas
figuras: Clara Schumann, que nasceu
há 200 anos, e Barbara Strozzi, que
veio ao mundo há 400. Por cá, em matéria de concertos, ter-se-á de esperar até
setembro para que conste na agenda o nome quer de uma quer de outra – é no ciclo
Música no Feminino, da Casa da
Música, no Porto, por onde, por sinal, e até lá, há inúmeros motivos de
interesse, destacando-se um jogo de pingue-pongue entre as costas do Atlântico
que inclui peças de Elliott Carter e
Claude Vivier (23.02) ou uma nova
obra de Michael Gordon (02.03), por
exemplo, mas também uma noite húngara gizada por Peter Eötvös (23.03), um ciclo dedicado a Ligeti (finais de abril) e a visita anual de Grigory Sokolov (07.05), que, dois dias antes, em Lisboa, estará na
Gulbenkian, por onde prosseguirá esta estelar temporada em que se notabilizam
igualmente Gautier Capuçon (31.01 e
01.02), Piotr Anderszewski (14 e
15.02) ou Martha Argerich e Stephen Kovacevich (27.03), em duetos
de piano. Curiosamente, na altura, pelas mãos de Vijay Iyer e Craig Taborn [na foto],
chegará ao mercado um disco no curioso formato (“The Transitory Poems”, ECM),
logo seguido de novidades de Brad
Mehldau e Joshua Redman (na
Nonesuch). Mas, como se sabe, o jazz demora muito a sair da toca e, ao vivo, há
pouco a salientar para além de Enrico
Rava (02.02, em Espinho) ou Chris
Potter (03.04, Porto). Ainda assim, a ver se alguém dá pelos centenários de
Art Blakey, Herbie Nichols e Lennie
Tristano.
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