Muito bem: “Jazz & Clássica”. Então, porque não começar
por combiná-las? Chega dia 18 de outubro às lojas “Remember Me, My Dear”, uma
gravação ao vivo procedente da ‘digressão de despedida’ de Jan Garbarek com o Hilliard
Ensemble. Parece que se está a falar de velhas glórias do rock em fim de
carreira – mas, na verdade, que agente numa ou noutra música se pode gabar de
ter vendido mais de um milhão de exemplares de um disco seu? Nos dias que
correm, de facto, só mesmo uma mistura tão fermentada como “Officium” (1994) para
espevitar o mercado. Claro que quem prefira o equivalente musical ao composto que
se forma a partir da parte insolúvel da matéria orgânica, entretanto, pode
esperar por novembro, altura em que a Universal lançará “Beethoven 2020 – The
New Complete Edition” e a Warner “Beethoven – The Complete Works” em antecipação
do 250º aniversário do mestre. No jazz, já se sabe, não há bustos tão robustos:
ainda assim, por mais que se assinalem iminentes edições de Bill Frisell
(“Harmony”), Dave Holland (“Good Hope”) e Abdullah Ibrahim (“Dream Time”), terá
de se reservar nos escaparates muito espaço para os novos discos (?!) de Miles
Davis (“Rubberband”) e John Coltrane (“Blue World”). Agora, quem considere que
a música não deve depender de qualidades tão controláveis pode sempre ir vê-la
ao vivo. Miguel Zenón (Hot Clube e Angra Jazz), Frank Kimbrough (idem), Brad Mehldau (Caldas Nice Jazz,
Figueira da Foz e CCB) ou Dave Douglas & Uri Caine (Caldas Nice Jazz e CCB)
estão quase aí a chegar e, depois, há festivais como o Seixal Jazz (de 17 a 26
de outubro, destacando-se Kenny Barron ou Ralph Towner), o Outono em Jazz (na
Casa da Música, de 13 de outubro a 4 de novembro, com relevo para Art Ensemble
of Chicago) e o Guimarães Jazz (de 7 a 16 de novembro, com as presenças de Charles
Lloyd, Vijay Iyer & Craig Taborn ou Joe Lovano). Ao piano, na Gulbenkian: Seong-Jin
Cho (13.10), Arcadi Volodos (10.11) e Nikolai Luganksy (02.12).
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