Na rentrée
de 2000, assinalando o décimo aniversário da sua morte, a Deutsche Grammophon
lançou uma caixa dedicada a Leonard Bernstein: “Lenny – The Legend Lives On”. Agora,
imagina-se executivos da Universal e da Sony a decidir rentabilizar ativos
associados ao nome do maestro, compositor e pedagogo com um estalar de dedos,
como faziam os líderes dos Sharks e dos Jets na sua famosa “West Side Story”. No
mercado encontram-se monólitos – “The Leonard Bernstein Collection” (DG, 144 CD
em dois volumes) ou “Leonard Bernstein Remastered” (Sony, 100 CD) – cuja colossal
envergadura é tão provisória quanto a dos maiores arranha-céus na China: em ano
de centenário, vem aí “The Complete Recordings on DG” (121 CD + 36 DVD). Pelo
mundo fora, vide #BernsteinAt100, trata-se de uma efeméride que conduz a muitas
outras, uma porta de acesso a um universo em que a música conduz a mais música
e a arte prevalece sobre as coisas da vida. Exemplo disso é a exibição de “Há
Lodo no Cais”, dia 17.02, na Casa da Música, com a partitura de Bernstein para
o filme de Elia Kazan interpretada ao vivo pela Orquestra Sinfónica do Porto. Na
mesma instituição, destaque-se a obra de um ídolo de Bernstein (Debussy, que
morreu em 1918, com várias datas na agenda) e de alguém que escapou à sua
condenação do serialismo (Webern, pelo Arditti Quartet, dia 22.04). Em Lisboa,
na Gulbenkian, será mais o espírito de Bernstein que se terá em mente ao
colocar-se em relevo a estreia de novas obras (Jack Quartet, 27/01; “Become
Ocean”, 23/02) e a excelência interpretativa de Daniil Trifonov (19 e 20/01), Mitsuko
Uchida (21/01), Nikolai Lugansky (1 e 2/03), Grigory Sokolov (8/04), Radu Lupu
(5/05) ou Jordi Savall (20/05).
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