Anja Lechner (vlc), François
Couturier (p)
Patricia Kopatchinskaja (vl), Anja Lechner (vlc), Amsterdam Sinfonietta
Arranca amanhã na Gulbenkian, em Lisboa, uma “Semana da
Cultura Arménia” em que cabem conferências, exposições e alocuções várias
forçosamente subordinadas aos temas da diáspora, do exílio e de tudo aquilo que
as ciências sociais têm vindo a identificar como constituinte de identidades em
fluxo. É, também, uma oportunidade para a instituição se sentar no divã e ver analisada
a herança cultural do seu emérito fundador. Destaquem-se, ainda, os concertos
de terça (música de câmara de Babajanian, Mansurian e Komitas) e de amanhã a
oito (outra embaixada do bem liderada por Jordi Savall, desta feita consagrada
ao repertório de “Espírito da Arménia”) e, de modo complementar e coincidente,
a presença nas lojas deste par de CD. Lechner e Couturier, entre indistintos
originais do pianista, incluem uma peça de Komita e três de Gurdjieff em que se
pressente o apelo da eternidade num recital que apodaram de “Moderato
cantabile” e que tornaram provincianamente extensível a um catalão. Já em
“Quasi parlando”, em que surge enquanto dedicatário, a violoncelista reincide
em monódicas obras orquestrais de Mansurian e, com Kopatchinskaja
a seu lado, guia o ouvinte pelos escombros de uma civilização perdida em que o
supérfluo foi anátema.
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