Com vista sobre a cidade, no Parque
de Santa Catarina, terminará hoje o Funchal Jazz com concertos de Christian
McBride (21h30) e Terence Blanchard (23h). Quem lá esteve e entretanto aviou as
malas para o continente foi Miguel Zenón, que se apresentará hoje e amanhã em
Lisboa, no Hot Clube (22h30), trazendo na bagagem “Identities are Changeable”,
sortido de signos e símbolos em que aborda a temática da identidade nacional no
seio da comunidade nova-iorquina de ascendência porto-riquenha. Já no Porto, na
Casa da Música (21h), em veneração por Billie Holiday, será José James a
convocar semelhantes constrangimentos e contradições, enquanto em Braga, no
GNRation (22h30), e só na aparência liberto de ambiguidades e artifícios, se
aguarda o expetorante duo de Peter Brötzmann e Steve Noble. Isto tem muito de circunstancial
e contextual, e amanhã às 18h, em Serralves, mais não se espera do I.Overdrive
Trio quando este subir ao palco do Jazz no Parque com o espetro de Syd Barrett.
Falar-se-á do jazz enquanto ponto de fricção, mas, dia 7, no CCB (21h), em
Lisboa, o encontro de Sly Dunbar, Robbie Shakespeare, Nils Petter Molvaer, Eivind
Aarset e Vladislav Delay tratará de desintegrar muitas mais objetividades. Ou
seja, afirma-se um agente ao serviço da heterodoxia quem hoje evocar as
propriedades transitórias do jazz. Que é o que fará o telegráfico
Radio.String.Quartet.Vienna, igualmente na terça, às 19h, e também na capital, ao
servir de veículo acústico para as composições daquele (Joe Zawinul) que um dia
cantou o corpo elétrico. No mesmo certame, o Jazz im Goethe-Garten, sempre ao
fim da tarde, seguir-se-ão Andreas Schaerer e Lucas Niggli (dia 8), Agustí
Fernández (dia 9) e No Metal in This Battle (dia 10). Forças fluidas e frequentemente
falazes, de que servem de exemplo dois antipodais guitarristas: Al Di Meola (quinta,
CCB, 21h) e Joe Morris (terça, Sociedade Musical União Paredense, 22h; sexta, Museu
Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, 19h; sábado, GNRation, 22h).
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