11 de julho de 2015

Steve Coleman and The Council of Balance “Synovial Joints” (Pi Recordings, 2015)



O chorrilho de distinções institucionais dos últimos meses (prémio Artista e prémio Impacto da Fundação Doris Duke; subsídio do New Music USA; bolsa Guggenheim; subvenção Génio da Fundação MacArthur) elevou definitivamente a cotação de Steve Coleman, a ponto deste “Synovial Joints” estar a ser recebido por membros da imprensa norte-americana como um acontecimento com traços de ineditismo. Ter-lhes-á faltado a capacidade de precisar a atividade do saxofonista durante uns anos, só pode. Pois de outro modo não se explica o pouco que têm falado de “Genesis”, o álbum que a BMG francesa editou em março de 1998 e que já na altura Coleman atribuía ao The Council of Balance (há entre a formação atual e a de outrora, aliás, dois elementos em comum: o percussionista Ramón García Pérez e o trombonista Tim Albright). Dessa forma, por exemplo, não se espantariam com o tanto de díspar que agora correlaciona (música improvisada, música orquestral, tipologias de músicas tradicionais, etc), embora Coleman prefira certamente a interpretação de que está apenas a pôr a nu aqueles nós mais profundos que sob a superfície de todas as coisas se ocultam. Ainda não é desta que a parte mais visível das suas criações se livra do borboto do hermetismo (o disco cruza referências a articulações sinoviais com monofonia subsariana ou druidismo celta com egiptologia). No entanto, talvez seja verdade, sim, que a sua produção nunca se adequou tão bem à sua inventividade como aqui. Ou que, à frente de uma vintena de músicos, jamais empregou semelhantes meios próprios para provar o quão dispensa métodos alheios.

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