Na região de Tombuctu, há coisa de
uma semana, deu-se novo ataque a um comboio da Missão Multidimensional
Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (MINUSMA), saldando-se
seis mortos burquinenses entre os capacetes azuis atingidos. Ao contrário do
que se tinha passado há um mês ou dois, quando, por cortesia, e calcula-se que
pela mão dos próprios, se deixou um bilhete a dizer Ansar Dine junto a um
cadáver, desta feita ninguém reivindicou o atentado. Nem os seus militantes,
nem os do Al-Qaeda no Magrebe Islâmico, os do Movimento para a Unidade e Jihad
na África Ocidental (MUJOA) ou os do Al-Mourabitoun. Isto, porque não será
presumivelmente imputável pelo ato qualquer afiliado da Coordenação dos Movimentos
do Azauade (CAM), como o Movimento Nacional de Libertação do Azauade (MNLA), o
Movimento Árabe do Azauade (MAA) ou o Alto Conselho pela Unidade do Azauade
(HCUA). Pelo menos enquanto mal secou a tinta no acordo de paz com o governo de
IBK que, dia 20 de junho, os separatistas tuaregues foram assinar a Bamako. Então,
porque vêm agora Liya Ag Ablil e Sanou Ag Ahmed (tio e sobrinho e única força
criativa dos Terakaft atuais) cantar “Somos filhos da História/ Somos sólidos e
resistentes” e “Estamos sozinhos”? Talvez por só vislumbrarem oximoros onde
outros leem acrónimos. Ou porque a potência poética que resta naquela estirpe
de rock do Sahel que praticam, ao sol dessecado e dissecado, já não permite
contemplar para lá do indivíduo. “Ténéré” virá dizê-lo: de nada servirá a
revolução do coletivo enquanto não começar a transformação em cada um. O rock
já foi isso.
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