Continua a sentir-se o cheiro do jazz
pelo ar, como se o jazz se desse bem com o perfume da flor da magnólia e
tivesse passado para o pelouro do Ambiente das autarquias do país: do Palácio
de Cristal (Porto) ao Parque da Bela Vista (Marvila) e da Frente Ribeirinha da
Azenha (Barcelos) ao Jardim Amália Rodrigues (Lisboa), até 1 de outubro, a
coisa ainda mexe para os borlistas. Depois, claro, regressa à estufa, primeiro com
o Angra Jazz, na Terceira (Charles Tolliver, Jon Irabagon, et al), depois com o Seixal Jazz (destacando-se quartetos de
Dominique Pifarély, Michaël Attias e Lee Konitz) e, por fim, já em novembro,
com o Guimarães Jazz (Andrew Cyrille, Mostly Other People do the Killing, Jan
Garbarek). Pelo meio, distinguem-se Kaja Draksler (29/09) e a dupla
Akosh/Benjamin Duboc (02/12) na Culturgest (Lisboa) e o Peter Evans Ensemble (o
líder, na foto) no Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra (28/10), no Outono
em Jazz, da Casa da Música (30/10), e no Teatro Maria Matos (31/10). Espanta
pela diversidade, a oferta, como se não estivesse em causa um código com pouco
mais de 100 anos. Trata-se de uma crise de crescimento que o universo da música
clássica não tem, mas que gosta de criar. Nessa perspetiva, chame-se a atenção para
a sua capacidade de se rir de si mesmo, quando a Orquestra Sinfónica do Porto
Casa da Música levar à Sala Suggia “Musique pour les soupers du Roi Ubu”, de Zimmermann
(23/09), por exemplo, ou de produzir obras do outro mundo, como o são
“Stimmung”, de Stockhausen (Panteão Nacional, 12/10), e “Partiels”,
de Grisey (CCB, 05/11, com a Orquestra de Câmara Portuguesa dirigida por Pedro
Carneiro). Depois, claro, regressam nomes capazes de levar gerações inteiras a
aprender a tocar piano: Luganski (Gulbenkian, 14/10), Volodos (ibidem, 22/10), Grosvenor (Casa da
Música, 21/10; Gulbenkian, 26-27/10), Kissin (Gulbenkian, 31/10) e Schiff (ibidem, 02/12).
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