Alexander Melnikov (fp), Isabelle Faust (vn), Jean-Guihen Queyras (vc) Freiburger Barockorchester,
Pablo Heras-Casado
Prossegue a integral dos concertos
e trios de Schumann às mãos daquilo a que a Harmonia Mundi terá pudor em
apelidar como ‘team de sonho’. Para
trás ficou o “Concerto para Violino em Ré menor” e o “Trio para Piano Nº 3”,
anunciando-se para a primavera de 2016 o “Concerto para Violoncelo em Lá menor”
e o “Trio para Piano Nº 1”. O projeto, já se sabe, nasceu de uma digressão
conjunta dos solistas: “Enquanto fervorosos admiradores do compositor,
desejámos colocar num contexto mais amplo as suas obras (…) de modo a permitir
que cada ouvinte pudesse adquirir uma compreensão mais profunda da sua música”,
revelaram em comunicado. Além disso, de forma a conseguir uma interpretação
“mais equilibrada, melhor articulada e mais imparcial”, decidiram recorrer a
instrumentos de época. O resultado é o esperado: ninguém vem dizer nada que não
se soubesse de antemão e, sobretudo nos contrapontos, sobressaem aqui apontamentos
de textura e cor. No ‘Trio’, dê-se ênfase a um Mit innigem Ausdruck em que se parece saltar de dimensão, com um
motivo romântico de absoluta franqueza emocional, e, claro, na maneira em como se
termina num estado de otimismo tão exuberante quão francamente deslocado. No
‘Concerto’, como é óbvio, não se atingem as sutilezas de madrepérola de um
Perahia ou João Pires (ambos com Abbado) nem se convoca o mistério como o
fizeram Kovacevich e Colin Davis ou Lupu e Prévin. Mas Melnikov adota o
princípio da fantasia e, no Andantino
grazioso, ao mergulhar o piano numa almofada de violoncelos é essencialmente
em Clara que se pensa. Talvez fosse isso exatamente o que se pretendia.
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