Kate Bush, em entrevista à “Sounds”, já o lembrava:
“As baleias dizem tudo o que há a dizer sobre movimento. Imensas, robustas, mexem-se
de modo gracioso, inteligente e flexível. Pesam toneladas e parecem capazes de
flutuar. Representam exatamente o que se costuma dizer acerca da comunicação. A
sua agilidade é tão pura quanto o som que produzem, um chamamento qualquer, tão
solitário, tão triste.” Falava a propósito da sua ‘Moving’ (1978), que, como
introdução, incluía o canto das baleias tal como captado por Frank Watlington e
Roger e Katharine Payne. Também Carl Sagan, na elaboração dos discos de ouro da
Voyager, havia inserido uma dessas fitas nos fonogramas destinados a espécies
alienígenas. E em janeiro de 1979 era a vez da “National Geographic” oferecer um
flexi disc que continha os mesmíssimos sons. Por seu turno, Charlie Haden
(1937-2014), no LP do mesmo ano do conjunto que coliderava com Don Cherry,
Dewey Redman e Ed Blackwell, assinava ‘Song for the Whales’ e dizia: “Esta música
foi escrita com o devido respeito por todas as espécies de baleias, na
esperança que venham a ser protegidas pelo direito internacional.” Na respetiva
intro e outro, com o arco, levava para o contrabaixo os seus padrões vocais,
como uma jeremiada.
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